quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Como reduzir a conta de luz com Energia Solar Térmica

Com chuvas escassas, especialistas em energia afirmam que mesmo que o Brasil escape do racionamento este ano, certamente teremos uma situação parecida em 2016 e 2017. O cenário nacional mostra um crescimento da construção de hidrelétricas, sem grandes reservatórios. Neste contexto, vemos as termelétricas aumentarem sua participação para praticamente 1/3 da matriz elétrica nacional, encarecendo o preço da energia e aumentando o impacto ambiental. Assim, a crise veio acompanhada pelo expressivo aumento das tarifas, que irão aumentar ainda mais neste e nos próximos anos.
O segmento de aquecimento solar apresenta uma alternativa barata e imediata para solucionar a crise energética nacional. “Estamos utilizando uma energia nobre para aquecer água, sendo que podemos aquecê-la de uma maneira muito mais simples e eficiente”, esclarece Luís Augusto F. Mazzon, presidente do DASOL – Departamento Nacional de Aquecimento Solar da ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento.
O chuveiro elétrico é responsável por 7% de toda a energia elétrica produzida no Brasil, de acordo com dados do Procel/Eletrobrás. Segundo as concessionárias de energia elétrica, o chuveiro representa em média 40% do consumo de energia elétrica residencial no País, em horário de pico, segundo pesquisa recente da Unicamp. “O emprego de aquecedores solares nos lares brasileiros teria um impacto significativo para a economia de energia no País e poderia evitar um eventual racionamento nos próximos anos. Além disso, a tecnologia é 100% brasileira, gera empregos e renda aqui”, diz Mazzon. “Isso sem falar do impacto ambiental, pois não emite poluentes e nem gera prejuízos à fauna e flora”.
Mazzon explica que o aquecedor solar hoje, que já é testado e etiquetado nos programas do Inmetro, tem um custo acessível e um retorno do investimento em curto tempo. Com a simulação feita pelo DASOL para uma família de 5 pessoas, considerando 4 a 5 banhos diários com cerca de 8 minutos cada, o consumo de energia anual sem o Sistema de Aquecimento Solar seria de 3.240 kWh. O consumo anual desta mesma família com o equipamento instalado cairia para 2.400 kWh, o que representa uma economia de 840 kWh ao ano. Em reais, este valor é de R$ 960,00, considerando o aumento tarifário em 2015.
O preço aproximado de um sistema instalado com capacidade para 200 litros é em média R$ 2 mil. O retorno do investimento com a economia gerada é de aproximadamente dois anos. “Muitas pessoas têm obtido empréstimos bancários e conseguido pagar as parcelas com a economia obtida”, acrescenta Mazzon. “Vale ressaltar o que os sistemas de aquecimento solar têm uma vida útil de 20 anos”, complementa.
Este preço inicial do equipamento, mais a instalação e a manutenção durante o tempo de vida útil do produto garantem um custo três vezes menor que o da energia elétrica convencional. A energia solar térmica tem custo de R$ 0,12 por kWh. O custo da energia termelétrica, segundo dados da EPE – Empresa de Pesquisa Energética, do Ministério de Minas e Energia, em alguns períodos do ano chegou a custar R$0,82 por kWh. Já a energia elétrica, em lugares como em São Paulo, o valor atual varia entre R$ 0,51 e R$ 0,60, dependendo da alíquota do ICMS por variação de consumo.
O aquecedor solar pode ser instalado em edifícios e casas novas e nos edifícios usados que já tenham encanamento para outro tipo de aquecimento de água já preparado, em prédios comerciais (hotéis, escolas, hospitais, pet shops etc), piscinas, estádios de futebol, centros esportivos e outros estabelecimentos que demandem água quente. A instalação é simples e normalmente não demanda modificações estruturais.

Brasil é destaque em Energia Solar para aquecimento


A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), acaba de divulgar um relatório sobre o uso da energia solar para o aquecimento. O estudo avaliou a capacidade total instalada até o final de 2013.
O Brasil teve posição de destaque no relatório e apareceu como o 3º colocado mundial em coletores solares abertos instalados e 4º colocado em coletores fechados. No ranking geral, o país ocupa a 5ª posição.
O relatório incluiu dados de 60 países, que representam 95% do mercado mundial. Nessas regiões, a capacidade total instalada chegou a 374,7 GWth (gigawatt térmico), que correspondem a um total de 535 milhões de metros quadrados de coletores em operação.
O Brasil tem capacidade instalada de 6,726 GWth e 9,6 milhões de m² de coletores.
A China representou, de longe, a maior capacidade instalada em operação: 262,3 GWth. Junto com os 44,1 GWth da Europa, as regiões correspondem por 82% do total mundial. Excluindo a China, a Ásia tem 10 GWth de capacidade, os Estados Unidos e Canadá têm 17,7 GWth, América Latina 8,7 GWth.
O crescimento da capacidade brasileira foi de 965 MWth, o que deixou o país atrás apenas da China e da Turquia nesse quesito. Essa ampliação na capacidade de geração do aquecimento solar no ano de 2013 supera a potência de uma turbina de Itaipu, de 700 MW.
“Nosso país tem uma capacidade imensa para ter a energia solar térmica como uma de suas principais fontes de energia renovável”, disse Luiz Augusto Ferrari Mazzon, presidente do Departamento de Aquecimento Solar da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento (DASOL/ABRAVA).
“Somos um país de vasta extensão, com sol o ano todo. A tendência é que nos próximos relatórios, ocupemos uma posição de ainda mais destaque”, acredita.
Fonte: GGN Energia